Aprendendo a amar a si mesmo
Como você se sente na sua própria companhia? É prazeroso, estar com você mesmo? Ou você quer logo se ocupar com algo para não sentir o mal-estar de ficar um tempo consigo? Muitas pessoas sofrem porque não gostam de quem são e usam uma série de artifícios para escapar delas mesmas: trabalham, comem e bebem excessivamente, fazem dietas milagrosas, plásticas sucessivas, ocupam-se o tempo todo, etc. Ter uma autoestima adequada é fundamental para que você se sinta bem na sua própria companhia.
O que é autoestima?
A autoestima refere-se a esse autoconceito positivo ou negativo, é a avaliação que uma pessoa faz de si mesma e que gera sentimentos a seu próprio respeito. Ela relaciona-se com a autoimagem (como a pessoa se descreve, por exemplo: “Eu sou competente/incompetente”); com a auto aceitação (sentir-se satisfeito com quem se é, ter uma visão positiva com relaçãoa si mesmo como pessoa); e com a autoconfiança (uma postura positiva com relação às próprias capacidades e desempenho. Inclui as convicções de saber e conseguir fazer alguma coisa, de fazê-lo bem, de conseguir alcançar alguma coisa, de suportar as dificuldades). A autoestima envolve, portanto, crenças sobre o modo que se é e emoções associadas a essas crenças. Inclui gostar de si mesmo, acreditar no seu potencial e se respeitar.
O psicólogo americano Abraham Harold Maslow, em sua descrição das necessidades essenciais do homem, explica que a necessidades de estima, passa por duas vertentes: o reconhecimento das capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos. Se a pessoa possui uma autoestima adequada consegue reconhecer suas capacidades pessoais e lidar com o reconhecimento do outro. Se ao contrário, possui baixa autoestima, passa a depender do reconhecimento do outro para sentir-se bem.
Baixa autoestima
Pessoas que sofrem de baixa autoestima geralmente foram abusadas verbalmente, emocionalmente ou fisicamente, sofreram comparação de seu aspecto físico ou intelectual com outras pessoas, ouviram dos pais constantemente críticas a respeito de seu comportamento e passaram a acreditar nessas críticas (há pessoas mais sensíveis e outras menos sensíveis ao ouvir e lidar com determinadas frases ou comportamentos).
A baixa autoestima, portanto, está relacionada a crenças e valores falsos, a uma percepção distorcida de si mesmo, que gera baixa autoconfiança e uma não aceitação. É caracterizada por uma série de sentimentos e atitudes. Dentre eles: insegurança; sentimento de inadequação; perfeccionismo; dúvidas constantes sobre seu próprio valor; sentimento de incapacidade; necessidade de agradar, de ser aprovado pelo outro, na expectativa de se sentir aprovado; a pessoa não acredita em nada, em ninguém, porque na verdade, não acredita em si mesmo.
Aprendendo a se amar
Modificar a autoestima, tornando-a mais elevada envolve um processo deautoconhecimento. Ter consciência de suas capacidades e também de suas limitações é fundamental para libertar a pessoa da necessidade de ser perfeita para ser amada. Um ponto fundamental nesse processo é identificar o diálogo interno que é estabelecido. O que você anda dizendo constantemente para você mesmo? Tem afirmado suas capacidades ou se criticado e se agredido verbalmente? Identificadas essas crenças é preciso trabalhar para modificá-las. Costumo sugerir a meus clientes que se tratem, falem consigo mesmos, como tratariam ou falariam com seu melhor amigo(a). Eles descobrem que nunca falariam com um amigo ou fariam críticas tão duras quanto as que têm feito consigo mesmos.
O segundo ponto fundamental na recuperação da autoestima é a auto aceitação. Aceitar significa reconhecer o que existe. Existem qualidades e limitações em todos os seres. É fundamental reconhecer quais existem em você. Aceitar o torna livre para escolher mudar o que for possível mudar. E deixa você em paz com quem é ou com como está no momento. Algumas coisas não podem ser modificadas, então por que ficar se lamentando o resto da vida por elas? E as que você pode mudar, o que está esperando para começar a mudança? Experimente visualizar o que você quer para você: como quer se sentir, como quer estar, e repita esse exercício diariamente. Você verá que em pouco tempo se sentirá melhor consigo mesmo.
Para fazer as mudanças desejadas na sua vida é preciso desenvolver autoconfiança e quando a pessoa se conhece, se aceita, volta a confiar na sua capacidade. Experimente afirmar todas as suas conquistas, tudo o que fez e que deu certo, não só as grandes conquistas, mas as pequenas vitórias do dia-a-dia. Experimente também modificar sua postura corporal: ande de cabeça erguida, olhe para frente. Você se sentirá mais autoconfiante.
Com uma autoestima adequada a pessoa se torna capaz de fazer contatos, lidar com outras pessoas, se torna mais flexível, livra-se da dependência emocional e de aprovação, sente-mais satisfeita, consegue maior sucesso profissional, enfim, é mais feliz. E aquele sentimento de querer fugir de si mesma, desaparece, pois passa a ser prazeroso estar na própria companhia. E como é maravilhoso estar na companhia de alguém a quem se ama, não é mesmo?